Com dois apitos, cartões vermelho e amarelo e até testes de chute, Fry realizou uma simulação cênica no local para mostrar o que poderia ser — e ainda não é — o estádio oficial da cidade. "Vim testar a dinâmica de um jogo aqui às quatro da tarde... Ver a posição do sol, o vento, o calor, a acústica. Trouxe dois apitos pra ver se a torcida lá na arquibancada consegue ouvir. A arquibancada que, claro, ainda não existe", ironizou.
Com tom bem-humorado e crítico, ele também levou cartões coloridos, simulando um árbitro, e tentou visualizar como a torcida, hipoteticamente, enxergaria os lances do campo. “A gente precisa saber se o juiz vai ser visto lá de cima, né? Porque a torcida precisa ver o vermelho voando”, brincou.
A crítica vai além do cenário fictício: Fry relembra que o “Mocão” já foi prometido por várias administrações, virou maquete, vídeo promocional, teve até ordem de serviço assinada com direito a liberação de verba — mas, na prática, segue só no discurso. “Ano passado foi ano eleitoral e, como sempre, teve promessa. Gravaram vídeo, fizeram toda a encenação. Agora já se passaram sete meses de governo e o mato continua jogando sozinho aqui.”
A população esportiva de Montes Claros, representada por times como o Norte, o Funorte e o Magalhães (do bairro Delfino), continua sem um estádio municipal oficial. Enquanto isso, Fry convida o povo a não deixar o assunto cair no esquecimento: “Tem gente que vai dizer que estádio não é prioridade, mas promessa feita tem que ser cobrada. Não dá pra fingir que a verba veio, sumiu, e pronto. Para onde foi esse dinheiro?”.
Encerrando com a mesma leveza ácida que marca seus vídeos, ele provocou: “E aí, na inauguração oficial (se é que ela vem), qual jogo você queria ver? FuNorte contra o Flamengo? Cruzeiro e Atlético? Ou quem sabe o jogo da enganação contra a paciência do povo? Deixa aí nos comentários.”
Enquanto isso, o único gol marcado no Mocão até agora segue sendo... o da enrolação.